comunicaÇão livre| livre fluir de iDéias| escrevO, logo penso| só de bombA como uma ferramenta, uma arma| quE explode sem ferir| mas incomoda, sÓ de sacanagem....

17.5.03

Radio Alternativa de "Locos" en México

Estudiantes de la Universidad Nacional Autónoma de México y de
la Universidad Autónoma Metropolitana, organizaciones sociales,
de derechos humanos, de artistas, investigadores e intelectuales,
agrupaciones de comunicación, radios independientes y
sindicatos honestos que hemos participado en actividades de
conciencia social por un país democrático y libre y por un mundo
de igualdad y justicia, invitamos a la comunidad civil nacional e
internacional a apoyar el presente proyecto de comunicación
alternativa con el fin de compartir experiencias en los ámbitos de
la resistencia a la globalización de la miseria y las guerras.
______

Vea la programación de las actividades que desarrollarán en
México los integrantes de la Radio La Colifata en nuestro sitio
web:

www.fzln.org.mx

ATIVISTAS OCUPAM ESCRITÓRIOS DA ANATEL EM PROTESTO CONTRA O FECHAMENTO DE
RÁDIOS LIVRES E COMUNITÁRIAS


No último dia 7, cinco escritórios da ANATEL foram ocupados por ativistas
que lutam pela democratização dos meios de comunicação, sendo contra o
oligopólio da mídia, que no Brasil está atrelada aos políticos e grandes
empresários.
O ato foi coordenado visando os escritórios da ANATEL nas cidades de São
Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Goiânia, em protesto
contra o fechamento de rádios livres e comunitárias pela agência, sob
conivência do governo.
Em São Paulo, cerca de trinta ativistas ocuparam o escritório da ANATEL,
exigindo uma audiência. Na audiência o gerente ganhou um troféu abacaxi por
ser o gerente que mais fechou rádios no Brasil.
No Rio de Janeiro, os ativistas também exigiram uma audiência com o gerente,
entretanto quem recebeu um troféu banana em nome dele foi uma funcionária da
agência, que estava acompanhada com um desembargador e dois procuradores. Ao
receber o troféu foi fotografada, ficou muito irritada e ameaçou processar
"os responsáveis" se as fotos fossem publicadas.
Em Porto Alegre, mais de vinte ativistas foram impedidos de entrar no prédio
da ANATEL, que estava fechado. Depois de fazer muito barulho do lado de
fora, conseguiram que o gerente descesse. Ele se recusou a escutar a leitura
do manifesto trazido pelos ativistas, mas teve problema para apagar "uma
inscrição" no muro do prédio, que dizia: "Rádio comunitária não é crime".
Em Belo Horizonte, os ativistas conseguiram entrar no prédio da ANATEL, mas
foram barrados antes de localizar o gerente. O gerente chamou a polícia e os
bombeiros, depois se trancou no escritório. Os ativistas foram recebidos
pelo vice-gerente que recebeu o manifesto de protesto e concedeu uma
entrevista aos manifestantes.
Em Goiânia, ativistas fizeram muito barulho dentro da agência e foram
recebidos com muito hostilidade pelo gerente. Uma carta de reivindicações
foi protocolada e cartazes foram expostos na agência.
Este ato foi muito importante por ter acontecido simultaneamente em cinco
capitais do país. Não se pode mais aguentar os devaneios que o governo e sua
agência "reguladora" fazem em relação aos meios de comunicação. É claro que
existem dois pesos e duas medidas em todo o processo midiático no Brasil,
entretanto são nas concessões para utilizar as ondas de rádio que as
diferenças são tão claras.
Um dado importante é que existem cinco tipos de rádios no Brasil. A rádio
comercial que é legalizada e geralmente atrelada aos políticos da região ou
a Igreja. Já a rádio pirata também é comercial, entretanto não está
legalizada. Com uma linguagem social e não comercial, voltada para a
comunidade em que está inserida, existem as rádios comunitárias legalizadas,
que já passaram pelos tramites institucionais. Neste mesmo contexto, mas
ilegal aos olhos da ANATEL, estão as rádios comunitárias em processo de
legalização. Por último temos a rádio livre, que pode ou não ser atrelada à
comunidade, tendo um caráter sócio-cultural, sem a perspectiva de se
institucionalizar, e sim, usar as ondas de rádio para democratizar a
comunicação.
Levantada a complexidade dos tipos de rádio atuantes no Brasil, vê-se
claramente que devemos ter formas diferentes de atuação, inclusive numa
solidariedade à luta de companheiros, como também na militância diária nas
ondas de rádio.
O ato descrito nos escritórios da ANATEL, abarcava somente as rádios livres
e comunitárias, sendo que, embora tenham pontos semelhantes, o aspecto
político destes tipos de rádio podem ser em certos casos, para não dizer na
grande maioria, completamente antagônicos.
É aí onde está um calo bem chato que deve ser refletido com muita atenção.
Protestar contra o fechamento de uma rádio é uma coisa, se indignar contra a
repressão às transmissões ilegais (aos olhos da ANATEL) é outra, lutar para
mudar a lei já é bem diferente e trabalhar em busca de aumentar o número de
rádios no espectro é outro ponto particularizado.
Estes quatro pontos têm suas particularidades incontestáveis, mas podem ser
trabalhados de forma coesa, dependendo da realidade que estaremos abordando.
O que se deve colocar em reflexão é até que ponto uma rádio livre tem
semelhança com uma rádio comunitária. Existem muitas rádios comunitárias que
fazem um trabalho muito interessante, porém há muitos casos de rádios nas
comunidades que trabalham da mesma forma que as rádios comerciais, atreladas
aos líderes comunitários e políticos de bairro, que nos períodos das
eleições são conhecidos como cabos eleitorais. Elas devem trabalhar juntas
enquanto houver afinidade, sem nunca subestimar o trabalho da outra, assim,
cada uma saberá aonde estará "pisando".
Particularmente, acredito que se queremos mudar alguma coisa, devemos
desenvolver métodos que sejam eficientes para que ocorra esta mudança. Não
acredito que reformulando uma lei irá mudar algo, só serão outras formas de
exploração moldadas à realidade atual. Mesmo uma grande campanha em busca de
uma lei "mais amigável", não creio que estará mudando, estará se
reformulando e atualizando a fim de tornar o povo passivo pelo maior tempo
possível.
O capitalismo é um sistema que se molda à todas as crises que surgirem,
ficando ora mais rígido, ora mais flexível, entretanto jamais estará
"abaixando a guarda", embora muitas vezes uma pequena conquista nos mostre
isso.
Se queremos, realmente, tornar os meios de comunicação democráticos, como as
ondas de rádio nesta questão específica, devemos trabalhar para que mais
coletivos de rádios se organizem e coloquem no ar sua cultura e suas idéias,
sempre abertas para participação de outras pessoas. Para acabar com a
repressão da ANATEL, devemos aniquilar o seu "ponto forte" que é a lei. Se
não nos submetermos às leis, elas serão apenas letras escritas numa folha de
papel. Não há nada melhor que desacretitar uma lei, ela se extinguirá por si
só.

Philipe Ribeiro, em 12 de Maio de 2003.

(c) Copyleft 2003 - É autorizada a reprodução deste artigo para fins não
comerciais desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja
incluída.

Olá mudeiros,
este toque vai para os mudeiros experimentalistas:

Pelo que entendi, dia 23 de maio haverá um encontro interno de discussão.
Como não estou por ai de corpo presente, gostaria de lembrar algumas coisas para este encontro.
Sendo a Rádio Muda uma Rádio Livre, ou seja, sem consessão, onde qualquer pessoa pode se manifestar, e etc, lembrem-se que através dela várias formas de linguagens radiofônicas podem emergir, as possibilidades sonoras se estendem ao infinito.
Gostaria de sugerir ou só lembrar que seria legal discutir as mais variadas formas de linguagem radiofônicas que existem e poderão aparecer na Rádio Muda. Creio que é a Rádio é também um espaço de experimentação, que milhares de barreiras podem ser quebradas através dela, não só no âmbito politico, de contestação, mas, principalmente, no âmbito da linguagem sonora e radiofônica.
Muitos podem discordar, mas na programção da Rádio, são poucos os programas que quebram explicitamente as barreiras do rádio. Vários programas tocam o que não se ouve nas outras rádios, musicalmente falando a Muda é ótima, mas na minha opinião tocar uma musica depois da outra não tem nada de novo, o que muda em relação às outras rádios é o conteudo mas a forma continua a mesma.
Por que não discutir ou encarar a Muda como um espaço extremo de experimentalismo radiofônico?
A Rádio Muda, em suas várias faces, tem uma face experimental infinitamente criativa que não pode ser ignorada.
Experimentem, busquem o novo, quebrem barreiras, arrisquem, a Rádio está ai pra isso. Como sempre digo no ar:

UM POUCO DE PUTARIA É NECESSARIO!

SOKOBAUNO SOKOBAUNO
PLÂNCTON PLÂNCTON

Um abraço a todos do Camilo

ps: se alguém quiser textos, sugestões, sons, etc, me escreva

RADIO COMUNITARIA FECHADA EM SANTA MARIA
Jonis Lemos 13/05/2003 11:58
asindicur-sm@ibest.com.br
http://asindicur.hpg.com.br


Repressão contra radio comunitária em Santa Maria

Dia 07 de maio, enquanto em varias cidades do Brasil ativistas que lutam
pela democratização da comunicação manifestavam em frente aos prédios da
Anatel, em Santa Maria, no bairro Salgado Filho, região norte, agentes da
Anatel acompanhados da Policia Federa, iniciaram as 09 horas da manha, uma
ação contra a Radio Comunitária Com Norte,que opera em 88,5 Mhz.

A emissora administrada pela Associação Cultural de Divulgação Comunitária
do Bairro Salgado Filho e Região Norte de Santa Maria, teve seus
equipamentos apreendidos e o operador que estava na emissora,no momento do
ato, o radialista Ronaldo Isaias Cabral da Silva foi detido para prestar
depoimento, liberado após pagar fiança de R$ 60. Foram apreendidos, o
transmissor, 02 aparelhos de CD´s, 01 mesa de som, 02 microfones e um
aparelho telefônico viva voz.

A emissora operava diariamente, das 06 às 00 horas, sua programação incluía
música, noticias e prestação e serviços a comunidade local.

Desde 1999, a entidade aguarda uma resposta do Ministério das Comunicações
para solicitação à sua demonstração de interesse.

11.5.03

a matéria abaixo mostra a real correlação entre os "donos das mídias" e os políticos integrantes das comissões reguladores de rádio e TV no nosso país

Donos de TV atuam em comissão da Câmara
21/04/2003
26% dos deputados que integram órgão responsável por leis do setor possuem
emissoras de rádio e televisão
Ao menos 26% dos deputados designados para a comissão de comunicação da
Câmara são proprietários de emissoras de rádio ou TV. O órgão é responsável
pela análise de leis que atingem o setor e emite parecer sobre a liberação e
renovação de concessões.
Entre os parlamentares, estão José Carlos Martinez (PTB-PR), dono da rede de
TV CNT, e o Bispo Wanderval (PL-SP), proprietário de AMs e agente da Igreja
Universal, controladora da Record, na área da comunicação.
O levantamento foi feito pela Folha, com base em relatório do Ministério das
Comunicações. A reportagem cruzou o nome dos deputados da Comissão de
Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática com a lista de sócios das
cerca de 3.200 rádios e 420 TVs autorizadas a operar no país.
A pesquisa considerou apenas concessões registradas pelos deputados ou seus
familiares diretos. Não entraram na conta, por exemplo, casos como o de José
Priante (PMDB-PA). Ele é membro da comissão e primo do também deputado Jader
Barbalho, que possui rádios e a retransmissora da Bandeirantes no Pará.
Também não foi contabilizado Silas Câmara (PTB-AM), cujo irmão, Samuel
Câmara, preside um grupo de comunicação com várias TV no norte do país.
Para Murilo Ramos, professor da Universidade de Brasília especializado em
política de comunicação, 26% é um número preocupante. "É significativo que
mais de um quarto da comissão tenha interesse direto num de seus assuntos
mais candentes, que é a radiodifusão. Certamente não há uma representação
direta tão forte assim em outro setor", afirma.
Ramos acompanha de perto as votações da comissão e lembra que é preciso
considerar ainda os deputados que não são donos de concessões, mas
representam os interesses dos empresários de rádio e TV. "Nesses 26%, temos
o interesse direto. Mas ainda há a ligação indireta, dos parlamentares que
estão a serviço do setor."
CNT e Record
Dentre os 13 deputados da comissão que a Folha encontrou na lista de
proprietários de concessões, há alguns com atuação política diretamente
ligada ao tema.
Martinez, por exemplo, propôs uma lei que, se aprovada, poderia beneficiar
sua própria rede de TV. Pelo projeto 3.398/00, operadoras a cabo (como Net e
Sky) são obrigadas a levar a seus assinantes retransmissoras locais de TV
aberta, exatamente como as de propriedade do deputado. Hoje, para tê-las em
seus pacotes, a TV paga pode cobrar do canal aberto.
Martinez é vice-presidente de honra da Abratel (Associação Brasileira de
Radiodifusão e Telecomunicações), que representa interesses da Record e da
CNT.
Outro membro da entidade e forte representante do empresariado da mídia na
comissão é o Bispo Wanderval. Dono de pelo menos duas AMs e uma FM na Bahia,
ele trabalha na Câmara como interlocutor da Igreja Universal e da Rede
Record.
Em 2002, por exemplo, atuou na oposição ao projeto de Jandira Feghali (PC do
B-RJ), que obriga as redes de TV a exibir cotas mínimas de programação
regional. Wanderval conseguiu incluir no texto da lei, ainda em tramitação,
que programas religiosos possam ser considerados como de caráter regional, o
que facilitaria a adaptação da Record à regra.
O deputado também levou ao Congresso uma antiga disputa entre a emissora e o
Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), responsável pela
cobrança de direitos autorais.
Em 1999, propôs uma lei para extinguir o órgão. No dia 11 de março deste
ano, o projeto, arquivado anteriormente, foi retomado e está tramitando
novamente.
Em 2000, outra ação que poderia favorecer a Record: Wanderval propôs a
suspensão da concessão da Rede TV!, uma das principais concorrentes da
emissora.
Na recém-formada comissão de comunicação, ele deverá atuar em parceira com o
deputado Silas Câmara, também da bancada evangélica e seu colega na
vice-presidência de honra da Abratel.
Capital estrangeiro
Integra ainda a comissão de comunicação o deputado Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN). Dono de rádios e da TV Cabuji, afiliada da Globo no Rio Grande do
Norte, ele foi o relator da lei que liberou a entrada de capital estrangeiro
nas empresas de mídia do Brasil, aprovada em 2002.
O projeto, de 1997, ganhou o apoio mais forte das TVs no ano passado. Alves,
que havia se licenciado para assumir um cargo no no governo do RN, retornou
ao Congresso para reassumir o posto de relator. Depois da aprovação,
licenciou-se novamente.
A comissão de comunicação, formada por 50 membros, tem como presidente o
deputado Corauci Sobrinho (PFL-SP), dono de uma AM em seu reduto eleitoral,
Ribeirão Preto (interior de SP).
O quórum mínimo da comissão é de 26 deputados. Ou seja, com o voto de 14
deles já é possível, em situações como essa, aprovar ou barrar um projeto.
Juntos, os deputados proprietários de meios de comunicação somam 13 votos.
Laura Mattos - Folha de São Paulo

Abaixo seguem dois relatos tirados do cmi:


Rádio Comunitária fechada em Goiás
Por ma cmi-goiania 21/04/2003 Às 12:06

A rádio Liberdade, de Aparecida de Goiânia, foi fechada pela polícia federal
e teve todos os seus equipamentos apreendidos.


Na última quarta-feira, 16 de abril, mais uma rádio comunitária foi fechada
pela ANATEL. A Rádio Liberdade, que funcionava no Condomínio Esmeralda, em
Aparecida de Goiânia (região metropolitana de Goiânia), recebeu a visita da
Polícia Federal munida de mandato de busca e apreensão de todos os
equipamentos usados para a transmissão. Wellington Simões, um dos
responsáveis pela emissora, conta que nem sabe quantos policiais
participaram da operação, mas que chegaram em três viaturas, acompanhadas
por um carro da ANATEL, para levar todo o que havia no estúdio: uma mesa de
som, 2 aparelhos de CD, um tape, a máquina do computador e o transmissor. A
rádio funcionava de segunda a sexta das 20h às 23h e durante todo o dia nos
fim de semana. Todos os equipamentos foram comprados com dinheiro arrecadado
entre os programadores.

A rádio iria completar 2 anos em 18 de maio. Wellington conta que há mais de
4 anos entrou com o pedido de concessão no Ministério das Comunicações e na
documentação havia o endereço da emisora. Os programadores entraram em
contato com a regional Goiás da ABRAÇO, a Associação Brasileira de
Rádiodifusão Comunitária, e buscam agora formas de tentar recuperar o
material apreendido.

Email:: goiania@midiaindependente.org


Polícia Federal "visita" a Rádio Comunitária Canal Livre FM
Por Giovani de Lucca 21/04/2003 Às 20:36

A Rádio Comunitária Canal Livre FM, da cidade de Camaquã no Rio Grande do
Sul, teve a visita da Polícia Federal.


Prezados amigos,
Cumprimentos.

Sou diretor da rádio Comunitária Canal Livre FM da cidade de Camaquã no Rio
Grande do Sul a 120 km de Porto Alegre. Infelizmente, notificamos que
sofremos a segunda visita da Policia Federal, armada como se fosse invadir
um cativeiro de sequestradores ou estourar um ponto de venda de drogas; a
humilhação e o terror a que todos são submetidos é indescritível.

Nosso estúdio é bem no centro da cidade e a 104.9 detém o dobro da audiência
das demais rádios juntas. Desenvolvendo em sua programação diária um
conteúdo de qualidade e compromissado com a cultura local, estamos
completando 4 anos de existência e credibilidade junto a comunidade e
instituições de Camaquã. Nossa cidade está, sem exageros, de luto. Ha um bom
tempo consederada um fenômeno sociocultural, a Rádio Comunitária Canal Livre
FM já colocou em seus microfones inúmeras personalidades e teríamos nesta
quarta-feira, 23 de abril, a visita do vice-governador do estado do Rio
Grande do Sul em nossos estúdios. O resultado mais do que positivo do
projeto de comunicação popular da Associação Solridariedade creditamos ao
fato de termos nos apegado a defesa de nossa cultura, em se realizar um
trabalho de comunicação que privilegiasse o cidadão; e é o que vem
ocorrendo; ou vinha.

Gostarímos de registrar mais este golpe a mais uma comunidade, ao cidadão,
ao interesse da maioria e que, mesmo em um pais com um governo tido como
popular, ainda vemos organismos deste (ANATEL e Policia Federal) sendo
usados para fazer cumprir a vontade do setor privado.

1.5.03

Rádios Livres e Transmissores Homologados

Ontem foi ao ar na MTV Brasil, as 20h, o programa buzzine, com o Cazé. O tema do programa era Rádios Livres que comento agora:

O programa contou em sua abertura com uma entrevista com integrantes da Rádio Muda, uma rádio livre, não concessionada, situada no campus da Universidade Estadual de Campinas. Filmaram o estúdio e breves relatos sobre como funciona a rádio, que já existe há mais de doze anos. Ressaltou-se o caráter horizontal de organização dos dirigentes da rádio (todos os programadores, o Coletivo), bem como a autonomia de produção dos programas, enfatizando a Liberdade de Expressão.

Tudo ia bem até um telefonema, ao vivo, do prof. Guido da USP. Quando perguntado se existia a possibilidade dessas rádios não concessionadas interferirem (sempre o mesmo e mentiroso argumento) nas comunicações de aviões, ambulâncias, etc..., a resposta categórica foi: Sim, o risco existe.

Bem, o prof. deve ter lá seus 50 anos, é responsável, e trouxe à tona um parecer técnico, todavia discutível. Entre os técnicos fica claro q só mesmo se os equipamentos estiverem mal construídos há possibilidade de interferência. A baixa potência e o alcance restrito diminuem ainda mais esse risco. Ademais, já se publicou aqui mesmo no cmi um artigo de um cara do MIT falando do mito da interferência... precisa reciclar, professor...

Quero trazer uma proposta: vamos divulgar amplamente que não precisamos mais construir transmissores. O desenvolvimento tecnológico tornou acessível a compra de transmissores HOMOLOGADOS pelo Ministério das Comunicações, ou seja, verificados e aprovados pelo governo. Um da DbNet, por exemplo, de 50w, custa uns 2 mil. É só procurar na net q outras fábricas também apresentarão bons preços.

O gerente da Anatel em sampa, Everaldo Gomes, também ao vivo por telefone, embasou toda a repressão às não concessionadas no argumento da interferência, afirmando o regime de concessão como instrumento de controle de qualidade da emissão. Sabemos q o problema não é técnico, mas político. Vamos jogar a Anatel contra o MC, pois detemos a mesma qualidade q as grandes emissoras.

Há também uma proposta de regulação do ar através de um relatório técnico de impacto ambiental, que asseguraria o direito adquirido, de quem já está no ar, e o uso das freqüências “ociosas”sem interferência em outra faixas.

Ninguém precisa de concessão pra falar!

O regime de concessão mantém, federal ou municipalmente, uma casta de privilegiados, um cerceamento da liberdade inaceitáveis. Temos propostas para enfrentá-lo, e motivos históricos que nos impulsionam:

Chega de escravidão midiática!

Temos o direito de transmitir, sem fronteiras e independentemente de autorização (Pacto de San Jose da Costa Rica, 1969) e vamos fazê-lo, com responsabilidade e, uma vez em rede, com excelente conteúdo. O monopólio está, para nós que nos reconhecemos, com seus dias contados.

Ao ar Livre!

Nada de ilegal


Ao invadir estúdios de rádios comunitárias sem mandatos judiciais e com
aparato digno de operação de busca de traficantes de drogas, a Polícia
Federal acaba cometendo ilegalidades dentro de uma legislação atrasada e mal
interpretada, que deveria ser modificada já para que programadores não sejam
tratados como traficantes. Quem defende isso não é nenhum participante de
rádio comunitária ou universitária cansado de assistir a incursões bruscas
da polícia em emissoras de comunidades, mas, sim, o delegado da Polícia
Federal de São Paulo Armando Coelho Neto, que também é presidente da
Associação dos Policiais Federais de São Paulo.

O polêmico posicionamento já custou ao policial - simpático ao movimento de
democratização dos meios de comunicação e autor do livro “Rádio Comunitária
Não é Crime” - representações contrárias às suas declarações. Suas opiniões
proporcionaram também um discurso na Câmara dos Deputados em defesa das
rádios comunitárias. Para ele, a legislação atual é “uma colcha de retalhos”
e não garante direitos como deveria, pois a liberdade de expressão está
sendo impedida.

Em entrevista à Rets, Coelho Neto critica o governo Lula por ter fechado
proporcionalmente, mais rádios comunitárias do que o governo anterior no
mesmo período, mostra inconsistências nas leis que regem as telecomunicações
e radiodifusão e ainda diz o que um policial e um programador devem portar
no momento de uma ação de fechamento de rádios comunitárias.

Rets - Como um delegado da Polícia Federal se tornou a favor das rádios
comunitárias?

Armando Coelho Neto - A questão não é ficar a favor disso ou daquilo. Temos
fatos, que são a busca pela liberdade de expressão e a radiodifusão
comunitária. Defendo na minha carreira profissional um senso mínimo de
discernimento para meus colegas separarem o joio do trigo. Crime é aquilo
que está escrito em lei e a sociedade condena. Se a lei não está clara, é
necessário mover o pensamento para outro plano.

Vejo a insatisfação de meus colegas, o público, o trabalho feito pelas
rádios comunitárias e o direito de autonomia das universidades atingidos. As
universidades em si são fonte de transformação. Se o conhecimento é
estático, não funciona. Não se pode entrar e proibir atividades. Tudo
precisa ser questionado, lá é a ponta da transformação. Temos que respeitar
a irreverência estudantil nas rádios universitárias. Vejo a importância das
rádios nas universidades e das rádios nas comunidades. Numa época de tanta
tecnologia, não temos que discutir interferência de freqüência – tem é que
ajustar.

O problema das rádios, na verdade, é político e econômico. Tenho 25 anos de
profissão e pergunto se temos que engolir tudo. A freqüência de rádio é
pública, mas o Estado dá a concessão para quem quer e chama a polícia para
fiscalizar. A polícia não pode arbitrar e o tribunal tem que levar em
consideração todo o lado político da questão. É preciso flexibilizar o
tratamento absurdo dado às rádios. Há uma inversão de prioridades. Diante de
um caos jurídico, com tantos problemas por aí, tantos recursos faltando,
gasta-se fortunas para fechar rádios comunitárias.

Defendo essa idéia pois vejo a importância da liberdade de expressão. A lei
que temos não é para as rádios comunitárias, mas para frear o processo de
ganho de audiência delas. As grandes rádios, comerciais, veiculam enlatados,
não sabem chegar no público, enfim, não sabem fazer rádio.

Na legislação, a radiodifusão e a telecomunicação são diferenciados. A lei
de radiodifusão não prevê crime, logo eles enquadram em telecomunicações.
Misturam alho com bugalho. Isso é resultado de tribunais conservadores e
elites poderosas versus estudantes e comunidades.

Rets - O que seus colegas pensam de seu posicionamento?

Armando Coelho Neto - Alguns simpatizam, outros mostram desprezo. Mas uns
procuram consolidar posição contrária, que também é mais cômoda. No Rio de
Janeiro há um colega que de uma só vez quis fechar cem rádios comunitárias.
Os policiais vêm com discursos de que há gente ganhando dinheiro com as
rádios comunitárias. E numa sociedade miserável como a nossa, qual o mal
nisso? O apoio cultural até hoje não foi bem definido.

Os sensatos concordam, outros ficam ofendidos quando descobrem que estão
errados e procuram teses absurdas para se defenderem. A maioria dos
policiais não quer fechar rádios comunitárias. É um serviço chato e
constrangedor. Levam estudantes, moleques brincando de ser DJs, para prestar
depoimento.

Minha história na PF é de discriminação, mas também de muito apoio. Pago um
preço amargo pelas minhas posições. Já houve uma representação contra mim
assinada por 33 delegados, mas em 25 de março deste ano falei oficialmente
em nome da PF na Câmara dos Deputados e saí da “clandestinidade”. É um
avanço a PF indicar alguém a favor das rádios para discutir o assunto. É um
indicador de seriedade, mas a realidade está aí. O governo Lula,
proporcionalmente, fechou mais rádios em três meses do que o governo
Fernando Henrique em oito anos.

Rets - Isso não se deve ao fato da direção da Anatel continuar a mesma?

Armando Coelho Neto - Não sei dizer direito, mas esperávamos um mínimo de
atitude. Ninguém tinha esperanças de mudar tudo de uma hora para outra.
Falta, porém, um gesto político de deixar a rádio comunitária fora da
prioridade de ação da PF. Sinceramente, ela tem mais o que fazer.

Rets - Como deveria ser a legislação de radiodifusão comunitária?

Armando Coelho Neto - Deveriam separar telecomunicação e radiodifusão e
fazer um texto mais claro. A legislação hoje é uma colcha de retalhos. As
rádios comunitárias reportam, entre outras normas, a uma lei de 1962 (Lei
4.117/62, que estabelece o Código Brasileiro de Telecomunicações). A lei
deve ser mais clara, objetiva e menos burocrática. Hoje há exigências
impossíveis de cumprir e concessões duvidosas.

A legislação deveria garantir direitos e não colocar obstáculos. A
Constituição fala que nenhuma lei pode criar embaraço para o direito de
liberdade de expressão. O que existe hoje é uma negativa do direito. Vivemos
num país que cria direitos e põe obstáculos ao seu exercício.

A questão é de mera regulamentação. Em primeiro lugar, devemos sepultar a
lei de 1962. Segundo, deve ficar claro o que é telecomunicação e o que é
radiodifusão. Terceiro, definir o que é rádio comercial e o que é rádio
pequena (no sentido de baixa potência). É simples, basta querer. Mas o
desejo esbarra em interesses políticos e econômicos.

O Decreto Presidencial 2.615/98, que regulamenta as penas para infração da
lei de radiodifusão, não prevê apreensão de equipamentos no caso de
intervenções policiais, mas isso acontece. Qual o motivo?

Essa é apenas uma ilegalidade cometida em ações policiais de fechamento de
rádios. Um decreto é sempre inferior a uma lei, mas esse fala mais que a lei
de radiodifusão comunitária. Isso não pode acontecer. Outro problema é que
ninguém pode ser expropriado de seus bens sem ser submetido a processo
legal. Feito o processo e decidida a apreensão, tudo bem, mas o quadro de
ilegalidade é constante. É um sinal de envelhecimento da legislação.

Rets - Uma das propostas feitas para tentar diminuir os problemas com a
Polícia é municipalizar a concessão de rádios comunitárias. Qual a sua
opinião sobre isso?

Armando Coelho Neto - Acho legal, muito bom. Mas vai esbarrar na legislação
federal. Se o município criar leis, não caberá ao policial julgar se as
rádios são constitucionais ou não. Porém, não podemos confundir o
cumprimento da Constituição com interpretação equivocada da lei. Se há lei
municipal, as rádios terão amparo legal, mas surgirá um conflito de leis. Um
ponto positivo da municipalização é que a pecha de criminoso cairá.

O tratamento dado a quem faz rádio comunitária é igual ao de traficantes.
Não na pena, mas na força física das incursões policiais. A PF vai de
metralhadora, helicóptero.

Acho que a lei federal deveria prever a concessão de baixa potência como
responsabilidade municipal. A Câmara dos Deputados se reúne para saber de
Quixaromobim pode ter rádio comunitária ou não. É um absurdo, não tem
coerência. Um juiz, procurador, delegado que se recusa a autorizar o
funcionamento das rádios está fora de seu tempo.

Rets - Você falou que o tratamento dado a radialistas comunitários é
parecido com o recebido por traficantes. Uma das alegações para o fechamento
de rádios é a sua associação com o tráfico de drogas. Isso é verdade? Qual a
sua opinião?

Armando Coelho Neto - É falácia, uma campanha terrorista. Viram que não deu
certo alegar interferência em aviões – aliás, há anos falam nisso mas até
agora ninguém disse onde caiu a aeronave que foi prejudicada por
transmissões radiofônicas.

A bola da vez é o tráfico. Nem deveríamos tocar no assunto para não
alimentar essa mentira. Só quando a denúncia for objetiva deveríamos
veicular esse tipo de notícia.

Rets - O que nas rádios comunitárias pode ser considerado ilegal?

Armando Coelho Neto - Não vejo ilegalidade alguma. A questão é do ponto de
vista administrativo. Vejo ilegalidade por parte do poder público, que viola
residências, expropria bens adquiridos honestamente e estipula fianças acima
das posses. O criminoso é o Estado. Um fator que não é ofensivo e não atinge
a sociedade não é ilegal.

Há vários absurdos. Já ouvi casos de policial que entra com vários papéis
para o programador assinar e no meio há declaração de autorização de entrada
da polícia no recinto. Isso é imoral, uma coação.

Rets - O que um policial deve apresentar no momento da ação? O que ele pode
fazer?

Armando Coelho Neto - É necessário apresentar a documentação completa. A PF
parte do princípio criminoso – se o crime está lá, não precisa de
autorização para prender. Mas há nisso uma situação duvidosa. Portanto, é
importante o policial estar munido de ordem judicial, pois ninguém pode
entrar em um recinto sem ser convidado. Isso é bom até para dar lisura à
ação.

Rets - E o que os programadores podem fazer nessa situação?

Armando Coelho Neto - Devem usar a força do argumento. O programador não
pode deixar a polícia entrar sem mandato, mas caso isso aconteça, ela deve
assumir a responsabilidade pelo arrombamento. No momento em que você quer
dialogar e os policiais são truculentos, não há contra-argumento. Se você
não pode impedir e eles são mais fortes, infelizmente manda quem pode e
obedece quem tem juízo.

"afinal, essas entrevistas, materias, ou inserçôes na midia oficial não devem
ser pra divulgar a radio muda, e sim divulgar a nessecidade de se quebrar o
monopolio das comunicações, pra acabar com o sistema de conseção, pra
divulgar oq é radio livre, pra insentivar q outras radios surjam...."


- beleza, mas nos meus conceitos, divulgar a Rádio Muda é, por consequência, divulgar tudo isso aí uma vez que não dá para separar a Rádio do que ela representa e defende. Então, em outras palavras, a inserção na mídia seria sim para divulgar a Rádio (lê-se, desse modo, tudo isso que vc cita). E fica um pouco contraditório 'divulgar' desse modo já que temos a própria rádio para fazê-lo (onde temos controle sobre as 'edições' e sobre tudo o que será dito a nosso respeito).
E claro, usar 'a grande mídia' para isso é, sobretudo, perigoso, pois qual seria o interesse deles de mostrar-nos como verdadeiramente somos?
A discussão caminha sim, porém a passos lentos, mui passito. Se for então consenso, já combinamos: ninguém mais vai fazer qualquer reportagem ou dar qualquer informação para sujeitos 'suspeitos'? É isso? todos concordam?
Bom, fora isso é bem complicado trocar idéias complexas por email, cada frase tem que ser cuidadosamente embasada e aí eu até fico cansada... Bom, quando rolar uma discussão coletiva ao vivo sobre isso, aí poderemos colocar todas as opiniões mais claras e abertamente, certo?
Inté, Silvia.

SOKOBAUNO SOKOBAUNO
PLÂNCTON PLÂNCTON


AS LIXEIRAS ESTÃO ENGORDANDO

A partir de agora o nosso jogo não conduz a nada ou à nenhum ponto, quem
quiser desligar o seu rádio pode fazê-lo AGORA!

QUIZÉ É ANSSIM NUM QUIZÉ É ANSSIM TUMÉM...

LívioTratenberg, Boulez, Schoenberg, eletroacústuca, etc)>

Prezados integrantes do poder público do Brasil,

Estamos nesta mensagem manifestando nossa solidariedade com as denúncias de
invasão da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau por iniciativa do movimento
denominado Liga Camponesa, no estado de Rondônia. Considerando as
informações recebidas sobre a presença de armamentos nas mãos dos invasores
da área, solicitamos ações emergenciais que evitem não apenas o desmatamento
mas também o risco de conflitos sangrentos nesse episódio.


José Arnaldo de Oliveira
cientista social e integrante da assessoria nacional
Rede GTA - Grupo de Trabalho Amazônico